Revista do Vestibular da Uerj
Uerj DSEA SR-1
Rio de Janeiro, 20/04/2024
Ano 12, n. 32, 2019
ISSN 1984-1604

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Artigos

Série Carreiras: Enfermagem, por Thelma Spindola

Ano 9, n. 25, 2016

Autor: Thelma Spindola

Sobre o autor: Thelma Spindola é doutora em enfermagem, professora da Faculdade de Enfermagem da UERJ e enfermeira do pré-natal do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle – UNIRIO. Coordena, na UERJ, o projeto de extensão "Afinal, o que é ser enfermeiro? Falando de nós para vocês" e desenvolve pesquisas na área de Enfermagem Profissional e Saúde da Mulher, tendo artigos publicados em revistas nacionais e internacionais.

Publicado em: 07/11/2016

Revista do Vestibular: Como o projeto “Afinal, o que é ser enfermeiro? Falando de nós para vocês” procura esclarecer os estudantes do ensino médio acerca dessa profissão?

Thelma Spindola: Fazemos contato com as escolas de ensino médio da rede estadual e privada nos bairros circunvizinhos à UERJ e agendamos um encontro no qual, com auxílio de recursos audiovisuais, esclarecemos os alunos interessados em profissões da área da saúde acerca da Enfermagem. Abordamos, então, as categorias de profissionais da enfermagem: auxiliar e técnico de enfermagem, com nível médio de escolaridade, e enfermeiro, com nível superior, cujo curso tem a duração de quatro anos e meio em horário integral. Além disso, informamos o que faz o enfermeiro, suas áreas de atuação, o mercado de trabalho, a remuneração inicial e os horizontes que se abrem após a conclusão do curso. Procuramos estimular o diálogo e manter um clima descontraído para que ocorra a efetiva participação dos jovens. Aqueles interessados em fazer contato conosco podem visitar a página do projeto. Também podem fazer contato pelo telefone 2587-6335, da Faculdade de Enfermagem, ou pelo meu email spindola@centroin.com.br.

Revista do Vestibular: Em que áreas o enfermeiro pode atuar?

Thelma Spindola: O enfermeiro pode atuar em equipe multiprofissional, ou seja, ações integradas de diversos profissionais (enfermeiro, médico, nutricionista, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta) ou como profissional liberal, em instituições de saúde da rede básica (centros municipais e postos de saúde) e hospitalar (em áreas diferenciadas como pediatria, ambulatório, centro cirúrgico, CTI, maternidade, berçário e outras). Também pode atuar em escolas, comunidades, ONGs, empresas em atividades de assistência, direta ou indireta, de educação, pesquisa, gerência, assessoria e consultoria. Atualmente, o leque de possibilidades de atuação do enfermeiro tem sido ampliado e temos encontrado esses profissionais nas mais diversas instâncias como pesquisador, assumindo a direção de centros e unidades de saúde, em consultórios particulares e outros.

Revista do Vestibular: Fale sobre a sua experiência. O que a levou a essa profissão?

Thelma Spindola: Fiz um curso de instrumentação cirúrgica, quando concluía o científico (atual ensino médio), e fui estagiária num Hospital Geral Público aqui na cidade do Rio de Janeiro, ocasião em que convivi diretamente com os profissionais da área de saúde em centro cirúrgico. Cheguei a fazer um primeiro vestibular para Medicina, tanto por influência de familiares, como pela visibilidade da profissão na época. Todavia, não me sentia segura em relação à opção profissional, apenas sabia que me identificava com a área da saúde. Em seguida, fui trabalhar com um médico ginecologista/obstetra e passei a conviver com profissionais médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e outros de instituições privadas. Pude perceber no dia-a-dia o que faziam e como desenvolviam suas atividades. Nessa época eu cursava o pré-vestibular e ao fazer minha opção não tive dúvidas – escolhi a Enfermagem!

Revista do Vestibular: Quais as maiores dificuldades que o jovem graduado em Enfermagem vai enfrentar na vida profissional?

Thelma Spindola: Penso que todo jovem graduado se sente muito inseguro quando conclui a faculdade e não acredita que foi preparado para o mercado de trabalho. Atualmente, o mercado encontra-se exigente e busca profissionais cada vez mais qualificados. Assim, costumo orientar meus alunos que procurem participar de eventos científicos, publicar trabalhos com os professores orientadores, participar de atividades como monitoria, pesquisas de iniciação científica e projetos de extensão, tendo em vista a avaliação do currículo na seleção dos candidatos aos empregos, aos cursos de residência, especialização e, especialmente para aqueles que querem seguir a carreira docente, mestrado e doutorado. Penso que o jovem enfermeiro deve acreditar no seu potencial como profissional, dedicando-se com entusiasmo para a plena recuperação da pessoa doente, mantendo a atualização dos seus conhecimentos de forma contínua.

Revista do Vestibular: E as maiores alegrias? O que a faz ter orgulho de ser enfermeira?

Thelma Spindola: As maiores alegrias que o enfermeiro tem são fruto do seu trabalho junto aos pacientes. No dia-a-dia, na qualidade de enfermeira obstétrica, tenho o retorno do meu trabalho em cada mulher junto a qual promovo a educação em saúde e, também, do contato no acompanhamento do pré-natal e no grupo de gestantes. As maiores alegrias vêm do reconhecimento da clientela que nos agradece pela assistência prestada ou mesmo pela sensação do dever cumprido. Tenho orgulho de ser enfermeira pela qualidade do trabalho que desenvolvo, atualmente, junto às gestantes e, também, por ser uma profissional do cuidado. No meu cotidiano, minhas ações são voltadas para a educação em saúde das mulheres gestantes e meu trabalho é integrado aos demais profissionais da equipe de saúde. Por outro lado, como docente da área de pesquisa em enfermagem, fico feliz ao observar que os alunos assimilam os conteúdos ministrados e que desenvolvem suas investigações com êxito.

Revista do Vestibular: Gostaríamos que a senhora deixasse uma mensagem para os candidatos do Vestibular Estadual 2009 que desejam cursar Enfermagem.

Thelma Spindola: Saibam que esta profissão trabalha junto ao ser humano e prioriza o cuidado e a atenção da pessoa como um todo através de seus aspectos biológicos, sociais entre outros. Cuidar é a palavra-chave do trabalho do enfermeiro assistindo o ser humano em seus distintos momentos na infância, na adolescência, na vida adulta e na terceira idade. Todos serão muito bem-vindos à Faculdade de Enfermagem! Estou certa de que irão gostar do curso e sentir, como eu, orgulho em ser Enfermeiro!

 

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